quinta-feira, 15 de julho de 2021

LGPD JÁ É USADA EM MAIS DE 150 AÇÕES TRABALHISTAS


                                               Nova legislação protege dados pessoais


A Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais, LGPD, já aparece em pelo menos 150 ações trabalhistas que tramitam nos fóruns trabalhistas do Brasil. O advogado Dalton Di Franco lembra que, por força da legislação em vigor, as empresas terão que adequar-se à LGPD. “A partir de agosto, as empresas irregulares já poderão sofrer multas administrativas”. Além dessas questões trabalhistas, já tivemos denúncias de vazamento de dados em várias ações judiciais.

 

                                                                    Advogado Dalton Di Franco
 

Conforme o advogado Dalton Di Franco, que estuda o assunto, os trabalhadores que acionaram a justiça buscam informações sobre seus dados, além de usarem a LGPD para fortalecer a argumentação das ações trabalhistas.

 

Dalton lembra antes da LGPD “a maioria dos estabelecimentos comerciais solicitava que o cliente fizesse um cadastro com seus dados básicos, como nome, endereço e número de CPF, para implementar os programas de fidelidade de supermercados, crediários em lojas de roupas ou o simples cadastro após uma compra”.

 

Mas, se antigamente a colheita desses dados tinha como finalidade somente fidelizar o cliente, hoje eles se tornaram itens de desejo de inúmeras empresas especializadas em traçar perfis de consumo, transformando dados inicialmente sem valor, em informações privilegiadas, amplamente desejadas por empresas que buscam aumentar seu faturamento.

 

LACUNA

 

A LGPD vem corrigir uma lacuna: a falta de participação do cliente neste processo. “Muitas das vezes, a ausência de concordância expressa do cliente, ou até mesmo o simples conhecimento do uso de seus dados de forma livre pelas empresas que trataram essas informações torna no mínimo antiética a sua utilização”, explica o advogado Dalton Di Franco.

 

Por força da Lei Geral de Proteção de Dados, de número 13.709/2018, as empresas brasileiras precisam se adequar às novas normais legais. Dalton Di Franco lembra que “sem a advocacia não há adequação segura na LGPD”. As sanções administrativas que entram em vigor agora em agosto podem pesar bastante nas empresas que não se ajustarem às novas regras. Todo empresário que detiver informações de clientes pode estar em risco, a depender do tipo de dados que possuir, assim como a manipulação que eventualmente é feita, tendo a lei sido elaborada de modo a ser aplicada amplamente.

 

O escritório do advogado Dalton Di Franco está disponível para prestar “um serviço de análise jurídica de Empresas no que diz respeito à LGPD , como também na área trabalhista, identificando os pontos de riscos ou não”. O advogado lembra ainda que a “gestão de riscos evita uma crise na empresa”.

 

Dalton Di Franco informou que já é de conhecimento público que as primeiras decisões judiciais relativas a LGPD envolvem, principalmente, o compartilhamento indevido de dados e, consequente, a falta de proteção de dados pessoais. Isso acontece porque, infelizmente, muitas empresas utilizam os dados pessoais dos usuários de forma inadequada. Esses dados chegaram a ser vendidos.

 

O texto da LGPD é claro ao estabelecer que será relevante em termos de “tratamento” de dados pessoais, inserindo-se o manuseio que tenha por objetivo a oferta ou o fornecimento de bens ou serviços ou o tratamento de dados de indivíduos localizados no território nacional.

 

 

 

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