REFORMA DA REFORMA
Governo publica MP para reinserir pontos vetados da reforma trabalhista
O governo federal publicou na noite desta terça-feira (14/11) medida provisória para
modificar a chamada reforma trabalhista, em vigor desde sábado (11/11). Entre
as principais alterações estão a possibilidade de grávidas trabalharem em
ambientes insalubres e mudanças na forma de cálculo das indenizações por dano
moral trabalhista. A medida foi anunciada como "ajuste" à reforma,
mas o governo não divulgou a exposição de motivos.
A MP atende a acordos e comprometimentos feitos pelo governo durante as
discussões da reforma trabalhista, que alterou mais de 100 artigos da CLT. Como
havia pressa na aprovação da lei que entrou em vigor no sábado, o governo pediu
aos senadores que aprovassem o texto do jeito que foi enviado da Câmara dos
Deputados, mas vetasse os pontos polêmicos. Em troca, editaria uma medida
provisória, com entrada em vigor imediata, para reinseri-los no texto da
reforma, conforme explicou o senador Romero Jucá (PMDB-RR), líder do governo na
Casa.
Foi o caso da nova regra para grávidas. A Câmara havia aprovado a
permissão de elas trabalharem em ambientes insalubres, desde que autorizadas
por laudo médico. O Senado barrou a medida, diante do acordo com o governo.
Outra dessas medidas é o novo cálculo para indenizações. A regra da CLT
em vigor até sexta-feira (10/11) era a de que elas têm como base o último
salário do trabalhador. Com a MP, a base de cálculo é o valor dos benefícios
pagos pela Previdência Social ao empregado vencedor da ação.
Também houve mudanças na permissão da jornada de 12 horas de trabalho
para 36 horas de descanso, ou "jornada 12 por 36". A reforma original
autorizava essa carga desde que houvesse acordo entre patrão e empregado. A MP
condiciona a jornada a acordo coletivo.
Embora agrade o setor privado e a base aliada, a medida coloca o governo
federal em rota de colisão com o Congresso. O presidente da Câmara, Rodrigo
Maia (DEM-RJ), não quis comentar a nova medida, mas disse que a considerava “um
erro”, segundo o Jornal Nacional, da TV Globo. Com informações
da Agência Senado e da Secretaria de Comunicação do
Planalto.
Clique aqui para ler o texto
da MP, publicada em edição extra do Diário Oficial da União nesta
terça.
Revista Consultor Jurídico, 14 de novembro de 2017, 21h38
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